Mais do que uma tendência,
a humanização do atendimento médico vem se tornando realidade no mundo e,
também, nas Unimeds do Estado de São Paulo, que seguem aumentando seus
investimentos neste modelo. Como forma de incentivar a formação de
profissionais especializados, a Fesp está promovendo o Curso de Formação em
APS e Medicina de Família, em parceria com o Hospital Sírio-Libanês e o
Sescoop/SP.
O treinamento, direcionado aos médicos e demais profissionais
de saúde, teve início no dia 15/3 no Instituto Sírio-Libanês, e vai até o dia
19/10, com uma carga horária total de 120 horas. As reuniões acontecerão duas
vezes ao mês e abordarão temas como: Introdução à APS e Medicina de Família;
Registro Clínico Ambulatorial; Medicina Centrada na Pessoa; Epidemiologia
Clínica; Habilidades de Comunicação, dentre outros.
O curso é coordenado pelo doutor em Medicina de Família e
Comunidade pela USP, médico do corpo clínico do Hospital Sírio-Libanês e autor
dos livros “Medicina de Família e Comunidade: Fundamentos e Práticas” e
“Medicina de Família e Comunidade”, José Benedito Ramos Valladão Jr.
Porta de entrada para o atendimento médico, segundo o coordenador
do curso, o projeto de implantação da APS no sistema de saúde busca promover
longitudinalidade, integralidade e cuidado continuado, contribuindo com a
manutenção do equilíbrio do sistema de saúde. “A APS tem a responsabilidade de
proporcionar cuidado e melhores caminhos para a vida das pessoas, entendendo
seus problemas. Produz o cuidado a partir do indivíduo, sem o foco curativista
e hospitalocêntrico”, assegurou.
Portanto, continuou Valladão, para o bom funcionamento do
modelo é necessária uma política de fortalecimento, formação e mudança na
percepção da APS e Medicina de Família, incluindo o âmbito acadêmico, pois
segundo o especialista, a cultura ainda é muito forte por parte dos estudantes
de medicina. “Mudando a lógica hospitalar, a APS consegue melhorar os
resultados garantindo a diminuição das idas ao pronto-socorro, exames,
tratamentos e internações desnecessários e, como consequência, reduzir custos
propiciando mais saúde aos beneficiários”, enfatizou.
BENEFÍCIO PROFISSIONAL
A APS também visa beneficiar a atuação do profissional de
saúde, mobilizando-o em prol de uma medicina centrada no paciente, reforçando a
linha de cuidados da operadora. Valladão afirma que, dentro dessa lógica, é
preciso ter profissionais cada vez mais capacitados com o fortalecimento dos
programas de formação, suprindo a carência de especialistas na área. “Quanto
mais profissionais capacitados, melhores serão os resultados”, destacou.
APS NO SÍRIO
O projeto de implantação de APS no Sírio-Libanês foi iniciado
em 2014 e direcionado, primeiramente, aos colaboradores e familiares. Em 5
anos, a ação passou a contemplar 90 especialidades, 20 unidades em toda a
Grande São Paulo e região do ABC. Além de reduzir custos, o modelo proporcionou
melhorias nos resultados:
- 2014 - 14 mil vidas;
- 2019 - 180/200 mil vidas.
Redução de 5% em exames, 29% em internações, 51% em pronto
socorro, além do aumento de 97% de resolutividade e 94,7% de satisfação dos
usuários desse modelo.