Com o propósito de orientar seus beneficiários, a Unimed Lençóis Paulista entrou em contato com uma médica especialista para esclarecer possíveis dúvidas. Segundo a doutora Ana Carolina Silva, o Diabetes é uma doença metabólica crônica que tem como consequência os níveis alterados de açúcar no sangue. A classificação diversifica em vários tipos, sendo o do tipo 1 mais comum entre as crianças e, principalmente nos jovens que sofrem com a falta de produção de insulina pelo pâncreas. O tipo 2 da doença é mais comum nas pessoas com um pouco mais de idade. É um tipo que se diferencia não pela falta de produção de insulina, mas caracteriza-se pelo funcionamento inadequado da substância. No meio médico é utilizado a expressão "resistência insulínica".
Devemos considerar também o pré-diabetes, que envolve o estado da pessoa que pode desenvolver o diabetes tipo 2. É o caso do paciente que já está criando uma resistência insulínica. A informação importante é que este tipo de diabetes é reversível, diferente do tipo 2 (que dificilmente tem reversão). Temos, ainda, o diabetes gestacional, que se inicia durante a gravidez. É importante salientar que esta modalidade deve ser bem tratada, porque o procedimento correto tende a fazer desaparecer esse diabetes após o parto, ou seja, evita que a gestante venha a ser uma diabética crônica. Há outras variações de diabetes, que são variações entre os tipos 1 e 2. Confira a entrevista abaixo:
A orientação básica para todos é prevenção?
Dra. Ana Carolina – "Pela sua característica, o diabetes do tipo 1 não se pode prevenir por se tratar de uma doença do sistema imunológico do paciente. Neste tipo, consideramos o diabetes uma doença autoimune, não se tem como prevenir. O tipo 2 da doença pode ter prevenção quando a pessoa está na fase do pré-diabetes. Uma regra que vale para todos, pré-diabético ou não, é adotar um estilo de vida saudável, que contemple atividade física e alimentação adequados".
Os sintomas do diabetes
Dra. Ana Carolina – "O pré-diabético, geralmente, é um paciente assintomático, ele não apresenta sintomas da doença, que às vezes é identificada nos exames de rotina. A pessoa vai ao médico por outro motivo, o médico pede um exame em que a glicemia aparece alterada. A pessoa com diabetes instalado apresenta sede intensa, aumento da fome (hiperfagia), vontade frequente de urinar e emagrecimento. São sintomas que identificamos nos dois tipos de diabetes, tipo 1 e tipo 2".
Quais os principais riscos do diabetes?
Dra. Ana Carolina – "Este tipo de doença traz diversos riscos. Vamos pensar nos principais. Retinopatia diabética, que leva à perda da visão. Doenças cardiovasculares, que popularmente chamam de avc (acidente vascular cerebral), infarto, problemas circulatórios periféricos (principalmente nas pernas). A neuropatia diabética, que é identificada pelo formigamento nos membros do paciente, dormência e perda de sensibilidade. Fraqueza muscular. Até impotência sexual está entre os riscos do diabetes, porque a doença leva a uma degeneração nervosa. Tem a nefropatia diabética, que acomete os rins e o paciente pode evoluir para a insuficiência renal. Há risco do "pé diabético", que é não cicatrização de ferimentos no pé e a lesão vai se aprofundando, desencadeando infecções de difícil controle. As infecções em geral são riscos do diabetes, infecção de urina, das vias respiratórias. Tudo isso porque o diabetes afeta a imunidade do paciente, sua capacidade de responder às doenças".
É possível uma vida com qualidade, mesmo portando diabetes?
Dra. Ana Carolina – "É possível sim, uma vida com qualidade. Mas é muito importante o paciente ter adesão ao tratamento oferecido pelo seu médico. É fundamental seguir as recomendações médicas para comportamento, atividade física e alimentação adequada, tomar os medicamentos conforme a prescrição, manter a regularidade na insulina. A qualidade de vida depende de o paciente fazer adesão rigorosa ao tratamento".